Amália Rodrigues nasceu em Lisboa, Portugal, a 23 de julho de 1920, numa família pobre e numerosa.
Desde a sua infância, mostrou um grande talento para o canto, embora se tenha estreado formalmente em 1939, aos 19 anos, tornando-se um grande sucesso popular. Durante a Segunda Guerra Mundial, realizou longas tournées por Espanha e Brasil e obteve, em 1945, o seu primeiro grande sucesso musical com a canção “Ai Mouraria”. Em 1947, estreou-se como atriz no filme português “Capas Negras” (com Alberto Ribeiro), que se tornou o melhor filme do ano em Portugal. Desde então, Amália passou a ser uma grande celebridade internacional e a estrela mais admirada e amada de Portugal.
Durante as décadas de 50 e 60, Amália tornou-se o maior expoente da música popular portuguesa e, por isso, a principal embaixadora da música de Portugal, com filmes de grande sucesso (incluindo “Sangue Toureiro”, o primeiro filme português a ser filmado a cores) e também pelos seus discos de vinil.
Entre as suas canções mais conhecidas encontram-se as seguintes: “Lisboa Antiga”, “Foi Deus”, “Coimbra” (também conhecida como “April in Portugal”), “Barco Negro”, “Canção do Mar”, “Nem as Paredes Confesso”, “Lisboa, Não Sejas Francesa”, “Arranjuez, mon amour”, “Vou Dar de Beber à Dor” e “Com que Voz”, entre muitas outras. Amália Ela também cantou poemas musicados de vários poetas portugueses e, de facto, a revista Variety escolheu-a em 1959 como uma das quatro melhores cantoras da história.
Quando ocorreu a “Revolução dos Cravos” a 25 de abril de 1974, que pôs fim a 48 anos de governo fascista em Portugal, surgiram rumores de que Amália teria colaborado com o governo deposto.
A sua fama foi seriamente afetada e ela decidiu retirar-se do mundo do espetáculo para evitar polemizar (embora, pouco tempo depois da sua morte, tenha sido descoberto que ela colaborou, de forma privada, com o Partido Comunista de Portugal). Um ano depois, voltou a atuar no Coliseu dos Recreios em Lisboa, onde 5.000 pessoas a aplaudiram de pé, demonstrando que o seu público nunca a abandonou.
A partir daí, Amália continuou a sua carreira como se nada tivesse acontecido e, em 1980, estreou-se como compositora.
A 19 de abril de 1985, Amália apresentou o seu espetáculo no Coliseu dos Recreios de Lisboa, sendo o seu primeiro concerto a solo em Portugal após 10 anos e atingiu um recorde de assistência.
Em 1989, pelos seus 50 anos de carreira artística, o Presidente de Portugal, Mário Soares, homenageou-a, e o Papa João Paulo II, em Roma, Itália, recebeu-a em audiência privada.
Durante os seus últimos anos, Amália recebeu inúmeras homenagens dentro e fora de Portugal.Faleceu subitamente enquanto dormia na sua casa em Lisboa a 6 de outubro de 1999. Foi sepultada com uma cerimónia fúnebre impressionante, com uma massiva presença dos seus fãs.
